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          A tragédia de Santo André trouxe à tona mais uma vez interrogações que devem estar rondando as mentes dos brasileiros este ano em virtude dos diversos casos trágicos envolvendo crianças e adolescentes, como o caso Isabella. Como estamos tratando nossas crianças e adolescentes? Qual é o tipo de educação que oferecemos e que mundo eles estão encontrando? Estou em busca de algumas respostas e acho que esse artigo, da Rosely Sayão, que compartilho aqui, pode nos ajudar a pensar. Uma boa semana para todos.   
         Namoros precoces A tragédia do seqüestro da semana passada me fez pensar no número considerável de pais que já me escreveram ou com quem conversei em reuniões que permitem que filhas entre 11 e 13 anos namorem jovens mais velhos. Os argumentos que esses pais usam para explicar a autorização e até acolhimento que dão ao namoro são basicamente duas: que a menina amadurece mais rapidamente que o menino e que, caso proíbam o namoro, a filha o fará escondido. Muitos pais do mundo contemporâneo querem impedir que os filhos façam qualquer coisa escondido deles. O problema é que faz parte do processo da conquista da autonomia ter segredos em relação aos pais e transgredir as imposições e restrições que fazem. Não há maneira de impedir que isso ocorra. E uma das conseqüências de estabelecer um tipo de relação com os filhos em que estes contam tudo – quase tudo, na verdade – aos pais, é a infantilização dos adolescentes em vez da precipitação na maturidade. Outro aspecto importante a considerar é o de que, mesmo que as garotas demonstrem maturidade, precisam lidar, muitas vezes sem saber ou perceber, com uma relação de poder com os garotos que namoram. Sim: em pleno século XXI, ainda temos uma grande desigualdade entre os gêneros feminino e masculino e ainda há submissão da mulher ao homem. A questão é que, hoje, essa relação fica bem mais maquiada, disfarçada, e é preciso maturidade de gente grande para perceber isso. Além disso, precisamos reconhecer que uma diferença de oito, nove, 10 anos ou mais entre adultos pode não significar nada. Já a mesma diferença entre jovens pode significar o encontro de pessoas que vivem etapas muito diversas na vida. Uma garota de 12 anos mal saiu da infância e um jovem de 18, 19 anos já é quase um adulto, por exemplo. Até o início do século XX, muitas garotas com 13 anos casavam-se, constituíam família e tinham filhos com homens mais velhos. Mas isso ocorria em um contexto sociocultural de tradição da submissão da mulher ao homem. Além disso, quem disse que isso era uma coisa boa para elas? Nessa época, o marido substituía o pai para essas garotas: dirigia a vida delas. Por último, é preciso considerar que, por mais maturidade que garotas dessa idade demonstrem, elas não possuem experiência de vida para conhecer a complexidade dos sentimentos do outro. Aliás, nem os próprios. Assim, um ciúme doentio, por exemplo, pode ser encarado simplesmente como manifestação exagerada de amor. Bem complicado isso, não é verdade? Uma das coisas que me chamou a atenção no triste episódio foi a explicação que a polícia deu para o retorno da amiga da ex-namorada do jovem criminoso à situação de cativeiro. Eles deram instruções e realmente acreditaram que ela cumpriria à risca. Não consideraram a possibilidade de a garota fazer diferente e se colocar em situação de risco, que foi o que aconteceu. Essa é uma maneira emblemática que mostra como deixamos os adolescentes abandonados à própria sorte. Acontece que o adolescente é impulsivo, inconseqüente e insolente mesmo. Essas são as principais características dessa fase da vida, mas muitos adultos tratam seus filhos adolescentes como se eles já pudessem pensar como gente grande. Que episódios lamentáveis como esse possam, pelo menos, nos ajudar a aprender algo e a nos fazer refletir a respeito de nosso estilo de vida na atualidade, principalmente no que diz respeito à nossa visão da infância e da adolescência. Rosely Sayão  | 		
		
     
       
 Somos parceiras e filhas do Céu. Somos equipe. Somos gente. O nosso objetivo é partilhar vivências, dividir experiências, errar, amar, cuidar, chorar, alegrar, louvar. Sentimentos, emoções, mente-alma, corpo. Apenas nos rendendo à vontade do Criador. Perfeitas? Não... Aperfeiçoando-nos. Venha conosco! Denise Patty Rita Célia Salete 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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